terça-feira, 14 de junho de 2011

Nota da FIST acerca da discriminação que sofre do Conselho Popular

Nota da Frente Internacionalista dos Sem Teto acerca da discriminação que sofre do Conselho Popular
                Apesar de ter levado um grande número de pessoas no último Primeiro de Maio, quando o mote principal da manifestação teve como tema “despejos e remoções”; apesar de ter lutado pela unificação dos movimentos sociais, tendo levado um significativo número de participantes no Seminário realizado na Ocupação Quilombo das Guerreiras; apesar de ser um movimento que conta com o maior número de ocupações urbanas no Estado, totalizando 17; apesar de em quase todas as ocupações estarem estampadas em suas fachadas o tema em defesa da soberania nacional “O Petróleo Tem Que ser Nosso” – dinheiro do petróleo para a moradia e gás a um real; apesar de termos sempre defendido todos os lutadores sociais do campo progressista quando presos pela repressão; apesar de termos nos colocado a disposição da defesa contra as remoções e despejos em virtude do afastamento dos defensores públicos comprometidos com os pobres; e, apesar de termos recebido representação na OAB por parte do Presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em virtude da argüição de suspeição que fizemos contra vários juízes e desembargadores, inclusive o próprio desembargador Zveiter, que estão de maneira parcial contra a posse dos excluídos; apesar disso, pela segunda vez a Anistia Internacional e a ONU terem passado pelo Rio de Janeiro e não terem visitado nenhuma de nossas ocupações, sendo que 4 delas encontram-se no centro do Rio com ameaças de desalijo pela Prefeitura e Justiça, com a emissão inclusive de laudos genéricos e falsos de suposto risco de desabamento.                                Cansamos de pedir a ida a uma dessas ocupações, mas parece que para tal é o de ser atrelado a algum partido político, o que realmente rejeitamos porque o movimento deve ser autônomo e independente da política partidária - o desplante maior aconteceu na última sexta-feira - quando da Audiência Pública com a ouvidora da ONU, a FIST foi impedida de participar da mesa e os representantes de suas ocupações lhes foi boicotado o uso da palavra. Apenas foi dada a palavra a uma das ocupações, após veemente protesto, ao companheiro Walter da Ocupação Anita Garibaldi.
 Cremos que tal procedimento só favorece o capital e seus representantes nos governos federal, estadual e municipal. Ressalte-se que a ocupação dos cegos Isauro Camargo, localizada ao lado do Instituto Benjamin Constant, conseguiu contra a União vitória em primeira instância e, mesmo assim, o governo federal recorreu, demonstrando que a Presidência da República participa diretamente do plano de remoção e despejo para que seja a cidade “limpa” de pobres, afim dos megaeventos da Copa do Mundo e Olimpíadas.
                Devemos colocar ainda que exceções acontecem, pois recentemente a FIST conseguiu mais duas vitórias na justiça: em ações de manutenção de posse das ocupações Anita Garibaldi e Caldeirão, esta localizada em Niterói.
                Apenas a unificação dos movimentos poderá barrar a sanha dos poderosos e atitudes como as denunciadas que ferem frontalmente o direito dos oprimidos.
               Assinam:  André de Paula , Antônio Louro, Thieplo Bertola, Aparecida Mercês, Marília M.G. de Lima

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